O tema era para ter sido solucionado em até 50 dias após a assinatura do Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) específico dos empregados, mas as negociações estão emperradas porque o banco insiste em uma proposta de redação que não deixa claro que o acordo deve apenas prevenir litígios futuros, e isso dá abertura para o banco usar o acordo em disputas já em andamento, o que não condiz com o que foi negociado durante a Campanha Nacional.
“O que havíamos negociado é que não haveria ataques ao que os empregados já estão reivindicando na Justiça. As regras passariam a valer daqui pra frente. Mas não é isso o que a Caixa está propondo”, observou o coordenador da CEE/Caixa, Rafael de Castro. “Para retomar a nomeação efetiva de caixas e tesoureiros, a Caixa quer se resguardar de novas ações judiciais. Mas, a redação que o banco nos apresenta deixa margem para a utilização do acordo em disputas já em andamento. E isso vai em sentido contrário do que havíamos negociado”, explicou.
“Queremos a retomada da mesa de negociações, mas a partir de uma proposta que leve em conta o que foi negociado, sem ataques a direitos, com novas nomeações e o fim da função por minuto”, disse o coordenador da CEE.
Demanda existe
Para o dirigente do BancáriosRP e membro da CEE, Tesifon Quevedo Neto, que trabalha na Caixa, é fundamental que o banco retome as nomeações efetivas, garantindo os direitos específicos de cada função e evitando novos passivos trabalhistas. “Se há empregados desempenhando essas funções com nomeações temporárias, isso indica a necessidade de mais pessoal nessas áreas”, destacou. “Além disso, essas novas contratações não podem resultar na retirada de direitos daqueles que já possuem nomeação efetiva. Como diz o provérbio, ‘não se pode descobrir um santo para cobrir o outro’”, acrescentou.
Futuro da função
De acordo com Rafael de Castro, diante dos avanços tecnológicos, é importante discutir o futuro da Caixa e do emprego bancário no banco, levando em conta que o perfil de cliente da Caixa sofre com a falta de acesso à tecnologia e, em alguns casos, com a inabilidade para realizar tarefas pelo smartphone. “A enorme quantidade de golpes financeiros sofridos pelo brasileiro é uma prova disso. Por isso, ainda é preciso que haja agências físicas da Caixa e empregados para atender a população de forma adequada, com respeito e dignidade”, disse.
Acompanhe o site e as redes sociais do BancáriosRP para saber mais sobre as negociações com a Caixa.