COE Itaú cobra mudanças no programa GERA e reajuste da PCR

Publicado por:Rogerio Novaes

Comissão questiona cobranças abusivas, rebaixamento de cargos e rejeita proposta de reajuste da PCR apresentada pelo banco

A Comissão de Organização dos Empregados (COE) do Itaú se reuniu nesta quarta-feira (2) com a direção do banco para debater os problemas apontados no último Encontro, incluindo questões relacionadas ao programa GERA e ao pagamento da Participação Complementar nos Resultados (PCR).

Durante a reunião, o banco informou que já está implementando melhorias no canal “Fale com o GERA”, ferramenta específica para encaminhamento de reclamações sobre o programa. Segundo os representantes do Itaú, cerca de 100 agências registram queixas mensalmente e estão sendo trabalhadas para resolução. A proposta do banco é simplificar o funcionamento do GERA.

No encontro, o banco admitiu que algumas produções demoram a ser computadas no programa, como no caso da lista VAI, cujo prazo para registro da produção do primeiro contato é de sete dias. Além disso, a COE questionou o fato de as metas trimestrais estarem sendo cobradas mensalmente, com pontuação elevada, sempre acima de 1.000 pontos. Em resposta, o responsável pela área explicou que existe somente um relatório mensal para os funcionários acompanharem seu desempenho, mas reconheceu que alguns gestores utilizam esse relatório como meta mensal, gerando cobranças excessivas e pressão no ambiente de trabalho.

A COE apresentou um exemplo de cobrança abusiva em uma região específica, que foge totalmente das regras do programa. “Temos que denunciar ao banco o ranqueamento, a exposição de funcionários em alguns locais e a gestão do programa GERA de forma assediadora”, destacou a coordenadora da COE Itaú, Valeska Pincovai.

Outro problema levantado foi a punição no Sistema de Qualidade de Vendas (SQV). Atualmente, se um funcionário é punido em uma agência e posteriormente transferido, ele carrega essa punição para o novo gestor e unidade. O banco alegou que essa prática leva em consideração a lotação do empregado no momento da aplicação.

Além disso, a COE questionou a ausência de remuneração dos ANS no segmento empresas em relação ao GERA, o impacto da transferência de funcionários e a mudança de porte das agências nas metas. O Itaú se comprometeu a debater esses pontos em uma próxima reunião, na qual também apresentará informações sobre a gestão do programa, sua comunicação interna, avaliação e treinamentos.

Descomissionamento e rebaixamento de cargos

Outro tema importante abordado foi o crescente número de bancários rebaixados de cargo. Segundo a COE, em diversas regiões, gerentes estão sendo descomissionados para o cargo de Assistente de Negócios (AN), com jornada de seis horas. O banco justificou que essas decisões ocorrem porque os trabalhadores não estariam desempenhando a função conforme os requisitos estabelecidos, e que essa prática está respaldada pela Reforma Trabalhista.

Rejeição da proposta de PCR

O Itaú apresentou uma proposta de reajuste da Participação Complementar nos Resultados (PCR):

  • 2025: Reajuste do INPC (4,17% em janeiro)
  • Até 23% de ROE: R$ 3.831,48
  • Acima de 23% de ROE: R$ 4.016,15
  • 2026: Reajuste conforme a categoria.

A COE rejeitou a proposta imediatamente, argumentando que o reajuste precisa valorizar os trabalhadores, especialmente diante do alto lucro que o banco tem registrado nos últimos anos. “Os bancários do Itaú merecem respeito! O banco precisa valorizar aqueles que trabalham duro para que ele alcance lucros exorbitantes. Não é justo que os trabalhadores adoeçam para bater metas e não sejam reconhecidos como deveriam”, reforçou Valeska Pincovai.

Uma nova reunião será agendada para que a COE apresente novamente suas reivindicações sobre o PCR. “O encontro foi positivo porque conseguimos debater os problemas e angústias dos funcionários com o objetivo de construir soluções para os trabalhadores”, concluiu a coordenadora da COE Itaú.

 

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