Movimento sindical cobra transparência e governança ética no uso de softwares de controle
O Comando Nacional dos Bancários se reuniu nesta quinta-feira (25) com a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) para tratar de temas urgentes que afetam a categoria, entre eles, o uso de tecnologias no monitoramento do trabalho remoto e os impactos das 1.000 demissões realizadas recentemente pelo Itaú.
O assunto já havia sido pautado em mesas anteriores sobre teletrabalho e inteligência artificial, mas ganhou destaque após as dispensas em massa, que atingiram sobretudo trabalhadores em regime remoto. O movimento sindical apresentou referências de experiências internacionais que preveem regras claras para o uso de tecnologias: direito a não discriminação na contratação e avaliação, preservação da saúde, respeito à privacidade e à desconexão, acesso às informações por parte dos sindicatos e direito de contestação por parte dos trabalhadores.
As partes deliberaram pela abertura de uma mesa específica de negociação, com definição de calendário de reuniões e desenvolvimento de análises sobre o tema, visando avançar em uma construção coletiva setorial. Reiteraram, ainda, os princípios que norteiam as negociações coletivas do setor, inclusive sobre teletrabalho: transparência, respeito à privacidade e governança ética.
O secretário-geral da Feeb SP/MS, Reginaldo Breda, participou da mesa pelo Comando Nacional e reforçou a crítica ao modelo adotado pelos bancos:
“A forma como os bancos utilizam as ferramentas de monitoramento do teletrabalho não é transparente e não foi negociada com os bancários. Precisamos nos debruçar sobre o tema e encontrar uma solução definitiva, para que nunca mais haja uma situação desse nível: demissões em massa decididas por um software de controle.”
Censo da Diversidade
Outro ponto tratado foi o Censo da Diversidade. O Comando alertou que a coleta de dados por meio de links específicos de cada instituição financeira pode limitar a participação de bancários cedidos ou liberados, sem acesso à intranet. A Fenaban informou que cerca de 27 mil trabalhadores já responderam ao censo em uma semana e a questão será analisada, destacando como desafio principal a segurança dos dados coletados.
Feeb SP/MS, com informações Contraf Cut