Sindicatos presentes são responsáveis pela representação de 30 mil bancários
Com abertura no inicio da quinta-feira (26), seguindo até o final da manhã da sexta-feira (27), a Conferência Interestadual dos Bancários de 2022, promovida pela Federação dos Bancários dos Estados de São Paulo e Mato Grosso do Sul, foi realizada na modalidade presencial no município de São José do Rio Preto, registrando as presenças de 23 delegações, entre elas, Ribeirão Preto, Campinas, Piracicaba, São José do Rio Preto, Sorocaba e Três Lagoas.
O objetivo da Conferência Interestadual é eleger delegações que representarão a Federação na Conferência Nacional dos Bancários, prevista para os dias 10, 11 e 12 de junho, e as pautas que nortearão os debates nacionais.
Encontros Regionais
O primeiro dia de evento foi dividido em dois momentos. No período da manhã, ocorreram os Encontros Regionais de Bancos Públicos e Privados, onde as delegações foram divididas por representações do Banco do Brasil, Bradesco, Itaú e Santander, que resultaram na elaboração de pautas da categoria, específicas por banco e definição da estratégia de luta para a Conferência Nacional. Os relatórios votados na manhã do dia seguinte seguirão para os debates nacionais. Dentre os principais pontos dos debates estão:
Conferência Interestadual
A abertura oficial da Conferência Interestadual ocorreu no período da tarde com a presença do presidente da Federação dos Bancários David Zaia e do vice-presidente da Contec, Edson Roberto dos Santos. Também saudou o evento, a presidente da Contraf, Juvandia Moreira Leite, por meio de um vídeo dirigido aos participantes.
As delegações presentes no evento foram representadas por 95 homens e 25 mulheres. “Ainda somos a minoria e isso precisa ser revisto. Temos que levar essa discussão ao âmbito nacional. Temos mulheres exercendo importantes papeis, mas ainda pouco representadas nas diferentes frentes de trabalho. Na categoria bancária somos 49% e a minoria a exercer cargos de liderança”, disse Thelma Canisso, presidente do Sindicato dos Bancários de Três Lagoas, que representou as mulheres no evento.
Palavra do Presidente dos Bancários de Ribeirão Preto e Região
“Trata-se de um momento crucial para a unidade das lideranças sindicais e o fortalecimento de nossas bases, para juntos lutarmos em favor da nossa categoria bancária, que conta com nossa capacidade de luta e espera de nós, organização e articulação para defender e preservar os direitos conquistados ao longo de nossa trajetória. Como está destacado em nossa faixa, ali naquela parede. A garantia dos nossos direitos depende de nós, da nossa mobilização e luta. Chegou a hora de lutar, defender e garantir, Nenhum Direito a Menos”, enfatizou, Ronaldo Silvino, Presidente dos BancáriosRP.
Palestras
A programação seguiu com a apresentação realizada pela economista e técnica do Departamento Intersindical de Estatísticas – DIEESE, Vivian Machado, que apresentou o “Balanço dos Bancos, PLR Mercantil e Mapeamento dos trabalhadores e trabalhadoras do Ramo Financeiro”.
O painel apresentou o crescimento dos lucros dos maiores bancos do país, com exceção da Caixa e destaque para a alta no resultado do Banco do Brasil. “Os lucros dos cinco bancos somaram R$ 27,6 bilhões, com alta média de 15,4% em doze meses. Os ativos dos cinco bancos somaram R$ 8,3 trilhões, com alta média de 4,5% em doze meses. Já as carteiras de crédito dos cinco bancos somaram R$ 4,2 trilhões, com alta média de 13,5% em doze meses”, destaca a economista. O aumento da procura pelo crédito rotativo e da inadimplência também foram destacados. De acordo com o Banco Central, a procura pelo rotativo do cartão de crédito em 2021 é a maior em dez anos. “Mais de 77% das famílias brasileiras estão endividadas, o recorde da série, 28,6% das famílias tem contas em atraso e 10,9% não terão condições de pagar suas dívidas”, aponta o Dieese.
Na sequência, o presidente David Zaia palestrou sobre as “Conjunturas Econômicas e Política” e defendeu bandeiras como o aumento do salário mínimo e melhorias das condições de renda do trabalhador. “Melhorar a condição de renda do trabalhador é um desafio permanente com o qual temos que estar atentos. É pauta fundamental do ponto de vista econômico e enquanto movimento sindical temos que continuar a luta, pensar na sociedade e trabalhar para que o país volte a crescer. É essa dimensão que temos que ter. Olhar sempre para a classe trabalhadora, bastante diversificada e heterogênea.
Zaia ressaltou, ainda, a alta dos juros como resultado do impacto da inflação na economia.
“Seguimos os últimos anos acompanhados por uma recessão na economia brasileira. Antes mesmo da pandemia, o país demonstrava queda em seu crescimento e, atualmente, a previsão é a de que chegaremos ao final do ano com uma taxa de juros de 13,5%. Geralmente, a taxa de juros elevada representa um aquecimento da economia, acompanhado por geração de empregos. No entanto, o que vemos é a inflação comprometendo a renda dos trabalhadores”, pontua.